quinta-feira, 7 de março de 2013

Rota das Nascentes II - Alte



Depois de Querença - Fonte da Benémola, rumámos a Alte para visitar o lugar das Fontes, a ribeira e a queda do Vigário.
A orientação desta visita esteve a cargo da colega altense Fernanda Paulo, que nos falou da história e das lendas da sua terra, recordando também as suas próprias vivências, naquela que esteve quase a ser classificada como a "aldeia mais portuguesa”, em 1938.
Deixamos aqui um registo muito resumido do que a Fernanda nos contou.
Em primeiro lugar, as lendas ligadas à origem do topónimo Alte: uma delas reporta-se à época da Reconquista, em que João Gomes terá salvo a vida a D. Afonso III e recebido, como recompensa e a seu pedido, a mão de Dona Mor Mendes, além de um vasto senhorio.
A verdade é que foram os descendentes deste cavaleiro que foram construindo casas, cultivando terrenos e desviando águas para esse fim.
Em 1890, Duarte Mello de Ribadeneyra, 18º senhor de Alte, desviou  o curso da ribeira, mandando construir um canal de cantaria, conduzindo a água para uma queda com 24 metros de altura, a queda do Vigário, assim conseguindo irrigar as terras que lhe pertenciam.




A ribeira de Alte que, juntamente com as ribeiras de Querença (ou Algibre) e de Paderne, forma o rio de Quarteira, esteve desde épocas remotas ligada às actividades locais. No início do séc.XX, esta água mantinha nove moinhos em funcionamento, todos na posse do Conde de Alte.

Outra actividade ligada à água da ribeira é a cultura do esparto (e, menos importante, a da palma), que crescia livremente e já era muito utilizada pelos romanos na produção de cordas, alcofas, gorros e calçado usado pelos mineiros na extracção do cobre.




A Fonte Grande está, desde há muito, ligada à celebração do 1º de Maio, costume que se mantém ainda hoje, aí convergindo gente de vários pontos do Algarve para fazer piqueniques, conviver e dançar.
Outro costume de Alte, ligado às celebrações do 1º de Maio: acordar muito cedo com os foguetes e “atacar” o Maio com um copo de aguardente, figos e bolos, previamente colocados à cabeceira para o efeito. Este ritual era cumprido por toda a família, que assim começava um grande dia.

Finalmente, a quadra que situa esta freguesia do concelho de Loulé:

                             Quatro cerros tem Alte
                             Que a cercam em redor
                             Galvana e Francilheira
                             Castelo e Rocha Maior

Sem comentários:

Enviar um comentário