Porque nasci ao pé de quatro
montes,
Por onde as águas passam a cantar
Por onde as águas passam a cantar
As canções dos moinhos e das
pontes,
Ensinaram-me as águas a falar.
Eu sei a vossa língua, águas das
fontes...
Podeis falar comigo, águas do
mar...
E ouço a tarde, os longínquos
horizontes
chorar uma saudade singular...
E porque entendo bem aquelas
mágoas,
E compreendo os íntimos segredos
da voz do mar ou do rochedo mudo.
Sinto-me irmão da luz, do ar, das
águas,
Sinto-me irmão dos íngremes
penedos,
E sinto que sou Deus, pois Deus é
tudo!...
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