A primavera vai cinzenta e as previsões acusam instabilidade. Não só as meteorológicas…
Por isso mesmo, andamos necessitados de uma explosão de cor, de alegria, de esperança.
A Ode à Alegria, com que
Beethoven termina a sua Nona Sinfonia, deixa a seguinte mensagem: a escolha contagiante da alegria partilhada pode ser um caminho de salvação.
Oh, amigos, deixemos estes tons!
Entoemos outros mais agradáveis e mais alegres!
E foi precisamente esta a peça musical
escolhida para a primeira audição de música de uma série de outras que se seguirão, na Biblioteca António Ramos Rosa, comentadas pelo maestro João Miguel
Cunha.
O comentário inicial, motivador e muito claro,
facilitou a compreensão da
arquitectura da obra e potenciou a
qualidade de fruição da mesma aos que, como eu, nada sabem de música.
No final, um momento sublime com a audição da
obra, executada sob a direcção de Herbert Karajan.
Em baixo, uma gravação da mesma peça, sob a
direcção de Leonard Bernstein. Não sendo boa a qualidade da imagem, este filme do Youtube apresenta, no
início, uma introdução pelo próprio Bernstein que, só por si, mesmo sem legendas, vale o esforço :
Para esta Ode à Alegria, Beethoven escolheu um poema de Schiller que é um hino à paz, à fraternidade e à tolerância.
O próprio Schiller já tinha manifestado a convicção de que é possível elevar o carácter moral de um povo "tocando as suas almas pela beleza".
Por seu lado, Bernstein afirma, como se pode ouvir no vídeo anterior, que ninguém falou de modo tão compreensível a tantas pessoas, independentemente da sua origem, idade ou condição.
Sendo assim, compreendem-se as razões que, em 1986, levaram à escolha desta peça musical como Hino Europeu.
Por seu lado, Bernstein afirma, como se pode ouvir no vídeo anterior, que ninguém falou de modo tão compreensível a tantas pessoas, independentemente da sua origem, idade ou condição.
Sendo assim, compreendem-se as razões que, em 1986, levaram à escolha desta peça musical como Hino Europeu.
Conhecendo a evolução da construção europeia, vemos agora distantes os ideais fundadores...
É urgente escutar a Ode à Alegria!
Versão traduzida do poema:
É urgente escutar a Ode à Alegria!
Versão traduzida do poema:
Alegria, centelha divina,
Filha de Eliseu,
Ébrios de luz penetramos
Oh divina, no teu reino.
O teu mágico fascínio une de novo
Tudo o que o mundo separou;
Todos os homens são irmãos,
Sob a tua suave presença.
O teu mágico fascínio une de novo
Tudo o que o mundo separou;
Todos os homens são irmãos,
Sob a tua suave presença.
Aquele que teve a sorte
De ser amigo de um amigo,
Aquele que conquistou uma doce companheira,
Deixem-no juntar-se ao nosso canto!
E também aquele que amou um só momento
Ou aquele que apenas a uma alma
Possa chamar de sua sobre a Terra.
Mas quem jamais disto foi capaz
Que deste círculo se afaste em pranto.
De ser amigo de um amigo,
Aquele que conquistou uma doce companheira,
Deixem-no juntar-se ao nosso canto!
E também aquele que amou um só momento
Ou aquele que apenas a uma alma
Possa chamar de sua sobre a Terra.
Mas quem jamais disto foi capaz
Que deste círculo se afaste em pranto.
Todas as criaturas bebem a alegria
Que jorra do seio da natureza;
Todos os seres, justos e injustos,
Seguem o perfume do seu rasto róseo.
Ela nos dá beijos e oferece os frutos da vinha
Um amigo fiel até à morte;
Ao verme concedeu o prazer
E a contemplação de Deus ao anjo.
Que jorra do seio da natureza;
Todos os seres, justos e injustos,
Seguem o perfume do seu rasto róseo.
Ela nos dá beijos e oferece os frutos da vinha
Um amigo fiel até à morte;
Ao verme concedeu o prazer
E a contemplação de Deus ao anjo.
Alegres como astros incandescentes
Que cruzam, gloriosos, os espaços siderais,
Percorrei, irmãos, o vosso caminho,
Alegres como heróis vitoriosos!
Abracem-se, milhões de seres,
Enviem este beijo a todo o mundo!
Por certo, irmãos, acima do céu estrelado
Deve habitar um Pai bondoso.
Prostrais-vos perante Ele, multidões?
Sentis n’Ele o vosso Criador?
Procurai-o acima das estrelas!
Acima delas deve estar sua morada.
Que cruzam, gloriosos, os espaços siderais,
Percorrei, irmãos, o vosso caminho,
Alegres como heróis vitoriosos!
Abracem-se, milhões de seres,
Enviem este beijo a todo o mundo!
Por certo, irmãos, acima do céu estrelado
Deve habitar um Pai bondoso.
Prostrais-vos perante Ele, multidões?
Sentis n’Ele o vosso Criador?
Procurai-o acima das estrelas!
Acima delas deve estar sua morada.
Sem comentários:
Enviar um comentário