quinta-feira, 14 de junho de 2012

História do Castelo de Sanlúcar del Guadiana








Sanlúcar de Guadiana

    Após o almoço, realizado no Baluarte do Castelo de Alcoutim, e tendo à vista, do outro lado do Guadiana, o Castillo de San Marcos, mais conhecido por Castelo de Sanlúcar,o Professor Juan Luís Carriazo, da Universidade de Huelva, proferiu uma interessante palestra acerca da história do mesmo e do seu futuro como atração turístico-cultural.
    Situa-se o Castelo de Sanlúcar de Guadiana numa elevação fronteira à vila portuguesa de Alcoutim, tendo o mesmo constituído, sobretudo na Idade Média, – tal como o Castelo de Alcoutim –, um baluarte de defesa fronteiriça dos dois países ibéricos, apesar das relações permanentes de boa vizinhaça que tradicionalmente existiram entre as duas populações raianas.
    Até há pouco tempo, pensava-se que a sua construção dataria do século XV, mas as últimas investigações históricas situam-na, agora, no século XIV, ou até antes no tempo.
Neste momento é o único castelo ou fortaleza da Andaluzia que se encontra a ser alvo, simultaneamente, de trabalhos arqueológicos e de recuperação estrutural. É intenção nele criar um núcleo museológico, semelhante ao do Castelo de Alcoutim, e possibilitar que o mesmo se torne um local de turismo histórico.
                                                                                J.A. Gonçalves


Um rio, duas margens, dois poemas.
Dois poetas do Guadiana, Carlos Brito, do "lado de cá" e Manuel Pacheco, do "lado de lá", pela voz da Fernanda Pinguinha:



           O RIO
Olhar-te Guadiana adormecido
entre duas margens da Ibéria
ler-vos águas da história
vindas de um tempo indefinido
sinuosa artéria
sulco na terra e na memória

Seguir-vos correntes nebulosas
neste ser e não ser ainda dia
buscar no caudal encoberto
embarcações outrora fabulosas
da mediterrânica bacia
e outras de curso incerto
          (...)
         Carlos Brito

           Guadiana

O Guadiana, com o regaço sempre cheio de céus
Com o seu sol de serpentes, com a sua voz escondida,
Maternidade da água e noiva de mil ciúmes
E cerva da tarde constantemente ferida.

No seio late-lhe um desejo viajante
O cristal dos seios da pedra rodada
E no vento sonoro da rama o luzeiro
Que caiu do anjo ontem de madrugada.


Pé descalço entre juncos da moça que grita
Pisando vai a nuvem cheia de arrepio,
Hortelã, poejo, adelfa, margarida...
E despe-se a água para que passe o rio.
              Manuel Pacheco


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