Para ser publicado hoje, Dia de Portugal e das Comunidades, o mesmo autor enviou-nos o que se segue.
MEU POVO
Tito
Olívio
Na
alvorada do tempo, os portugueses,
Em busca
de outros mundos, além-mar,
Correram
todo o mundo sete vezes
Numas
cascas de noz, a navegar.
Deixaram o
comércio aos holandeses
Ao
trazerem a Índia pelo mar.
A canela,
a pimenta e o açafrão
Passaram,
em Lisboa, a estar à mão.
Depois,
foi o Brasil, uma colónia,
Doce filão
do ouro e pedraria,
Que vinham
para cá sem cerimónia,
Prà
chulagem da corte, que vivia
Do erário
e dormia sem insónia.
E o povo
trabalhava cada dia,
Comendo
apenas pão com azeitonas,
De
algibeiras vazias e nas lonas.
Ah! Bravos
portugueses! Onde estão
As
receitas de tantas descobertas?
Povo,
cheio de fome e de ambição,
As vidas
arriscou nas horas certas,
Para ficar
no fim sem um tostão.
Gente boa,
de portas sempre abertas,
Mas, ser
fraca nas contas, foi seu mal.
Afinal,
pra onde vais, meu Portugal?
Certo dia,
vieram os franceses
Em busca
das colónias que ficaram,
Porque
outras eram já dos holandeses.
E foram os
Filipes que os deixaram.
Antigos
aliados, os ingleses,
Vieram cá
também, mas ajudaram
A troco de
honraria e bons abrigos.
Bem caro
nos ficou ter tais amigos!
O rei,
filho da louca, debandou,
Levando
toda a corte, essa chulagem.
Com a
fuga, o Brasil feliz ficou
E pôde se
livrar da vassalagem.
E guerra
fratricida se instalou,
Mostrando
o mau instinto e ódio selvagem.
Criaram
parlamento e deputados,
Gente
inútil com ricos ordenados.
E mataram
o rei, em manhã triste.
Pra mudar,
não tinha outra solução?
Mudaram só
as moscas e persiste
A trampa
em que nadava esta nação.
Aquele
luso herói já não existe.
Viver sem
trabalhar é a ambição
Do
esperto, do bandido, do incapaz.
Há
tumultos nas ruas. Foi-se a paz.
Faro,
10-06-2012
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