terça-feira, 7 de julho de 2009

Breve História dos Pátios de Córdoba

“ Desde olvidadas calles de sol y reverberos de cielo y cal, intacto en la penumbra del tiempo y sus cancelas, aquel patio de Córdoba a tu memoria vuelve…”
Mario Lopez



O modelo que se assemelha mais às casas-pátio cordobesas podemos encontrá-lo nesta zona na época romana, embora esta tradição, de inspiração mediterrânica, venha de épocas ainda mais antigas.
Contudo, foi na época muçulmana que as casas-pátio adquiriram um aspecto muito próximo do actual: um pátio à volta do qual se articulam todas as divisões da casa, sempre interior, comunicando com a rua através de um vestíbulo.
Para o mundo árabe, o pátio é a parte fundamental da casa, cumprindo ao mesmo tempo uma função simbólica e social, sem esquecer o aspecto funcional e ecológico. A água, quer na sua forma estática, reflectindo o céu, quer em movimento, é o elemento primordial e o símbolo da vida. A luz também desempenha um papel fundamental na cultura islâmica, enquanto símbolo de bondade e de verdade.
O pátio era assim um oásis de paz e harmonia, por oposição ao “mundo”.

Nas épocas seguintes, o pátio não sofreu grandes alterações estruturais, limitando-se estas a algumas inovações decorativas. Na época renascentista e barroca surgem outros tipos de pátios que, embora derivados destes, apresentam características que nos permitem classificá-los como pátios senhoriais, como é o caso do Palácio do Marquês de Viana. No séc. XIX as casas das famílias mais ricas importaram materiais decorativos de outros lugares (como por exemplo os portões e os azulejos sevilhanos) mas a maioria conservou o carácter tradicional, decorando as paredes caiadas com coloridos vasos de flores.



No séc. XX, muitas casas-pátio converteram-se em espaços plurifamiliares, pelo que receberam o nome de “casas de vecinos”, que funcionavam como centros cívicos em que se descansava, conversava e brincava, nas horas compridas do Verão cordobês. Estes pátios sofreram algumas remodelações para satisfazer as necessidades destas comunidades, tais como instalações de lavadouros, casas de banho e cozinhas.

Na actualidade, têm surgido propostas arquitectónicas diferentes, inovadoras na forma, embora tentando preservar, no essencial, a tradição.

O FESTIVAL DE PÁTIOS CORDOBESES foi criado em 1918, mas foi em 1933 que mais se popularizaram.
O festival esteve parado durante a Guerra Civil, mas ganhou novo impulso na década de 50.
Nos anos 70 foi criada a Associação de Amigos dos Pátios Cordobeses cuja função é a de evitar que se perca a tradição e também a de estimular a conservação deste rico património, hoje considerado PATRIMÓNIO MUNDIAL DA UNESCO.

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