VINTE E CINCO DE ABRIL
Este é um poema
com saudade da festa
com saudade da festa
Dias de vermelho
de damasco e de riso
de damasco e de riso
Das horas de alegria
e de bandeiras,
de cravos rubros postos no vestido
e de bandeiras,
de cravos rubros postos no vestido
Este é um poema
feito de memória
feito de memória
De pressa incontida
no passo corrido
no passo corrido
De fala crescida
de prisões abertas
de prisões abertas
De escrita liberta
retomando o sentido
retomando o sentido
Este é um poema recordando
a mudança, da esperança
e do sonho acontecido
Com palavras
do corpo e de lembrança
Exigindo o futuro
a promessa e o grito
a mudança, da esperança
e do sonho acontecido
Com palavras
do corpo e de lembrança
Exigindo o futuro
a promessa e o grito
Este é um poema
cantando a liberdade
cantando a liberdade
De lágrimas costuradas
suturando o sorriso
suturando o sorriso
Ousando dizer da ambiguidade
da estranheza do novo
misturado ao antigo
da estranheza do novo
misturado ao antigo
Este é um poema
torneando o avesso
torneando o avesso
Da luz da madrugada
de uma noz de vidro
de uma noz de vidro
Do voo das gaivotas
junto à pele das águas
fazendo do Tejo o seu precipício
Este é um poema
de visitar a História
junto à pele das águas
fazendo do Tejo o seu precipício
Este é um poema
de visitar a História
Da revolução o ganho
e também o perdido
e também o perdido
Da viagem e do mar
da língua portuguesa
onde na paixão me encontro comigo
da língua portuguesa
onde na paixão me encontro comigo
Maria Teresa Horta, 22/04/14
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