A propósito do recente passeio às
grutas, recordei a praia de Albufeira dos meus tempos de menina e moça.
Melhor, recordei o Passeio Marginal que, ao fundo, contornava
a escarpa, quase ao nível do mar.
Contemporâneo do túnel de acesso à
praia, duas emblemáticas obras da década de 40 do Engº Duarte Pacheco, por ele
passaram gerações de albufeirenses e veraneantes que se compraziam em caminhar
por ali e sentar-se nos bancos junto da falésia, olhando o mar.
As grutas, as rochas
caprichosamente recortadas, os desníveis entre cada percurso, o acesso a
pequenas praias apenas existentes na maré baixa, davam ao Passeio uma beleza e
um encanto especiais – era o local mais romântico de Albufeira.
De tarde, pela fresquinha, grupos
de raparigas levavam bordado ou renda para fazer, um livro para ler,
sentavam-se no Passeio e ficavam à conversa.
Passado pouco tempo, passavam os
rapazes, ou juntavam-se-lhes os namorados. Aos poucos, os parzinhos iam-se
separando do grupo e, embora não se considerasse muito correcto que fossem
sozinhos lá para o fim, nas curvas e contracurvas aproveitavam para dar uns
beijinhos apressados, quando não havia pessoas a passar
Ali, muitos namoros, muitas
amizades se fizeram e desfizeram, muitos casamentos se combinaram.
Quem é que não mergulhou do
Passeio Marginal, da Ponta de Terra (mais próxima da praia) ou da Ponta de Fora
(em águas profundas)?
O Passeio Marginal e o penedo O
Peneco, no meio da praia, eram ex-libris de Albufeira,
que a insensibilidade de Vereadores e Presidentes de Câmara deixaram arruinar
ao longo dos anos e que o fracassado programa Pólis acabaram por destruir .
Maria Herculana
1/7/2013
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