terça-feira, 2 de julho de 2013

Albufeira: Memórias do Passeio Marginal




A propósito do recente passeio às grutas, recordei a praia de Albufeira dos meus tempos de menina e moça.
 Melhor, recordei o Passeio Marginal que, ao fundo, contornava a escarpa, quase ao nível do mar.
Contemporâneo do túnel de acesso à praia, duas emblemáticas obras da década de 40 do Engº Duarte Pacheco, por ele passaram gerações de albufeirenses e veraneantes que se compraziam em caminhar por ali e sentar-se nos bancos junto da falésia, olhando o mar.
As grutas, as rochas caprichosamente recortadas, os desníveis entre cada percurso, o acesso a pequenas praias apenas existentes na maré baixa, davam ao Passeio uma beleza e um encanto especiais – era o local mais romântico de Albufeira.
De tarde, pela fresquinha, grupos de raparigas levavam bordado ou renda para fazer, um livro para ler, sentavam-se no Passeio e ficavam à conversa.
Passado pouco tempo, passavam os rapazes, ou juntavam-se-lhes os namorados. Aos poucos, os parzinhos iam-se separando do grupo e, embora não se considerasse muito correcto que fossem sozinhos lá para o fim, nas curvas e contracurvas aproveitavam para dar uns beijinhos apressados, quando não havia pessoas a passar
Ali, muitos namoros, muitas amizades se fizeram e desfizeram, muitos casamentos se combinaram.
Quem é que não mergulhou do Passeio Marginal, da Ponta de Terra (mais próxima da praia) ou da Ponta de Fora (em águas profundas)?
O Passeio Marginal e o penedo O Peneco, no meio da praia, eram ex-libris de Albufeira, que a insensibilidade de Vereadores e Presidentes de Câmara deixaram arruinar ao longo dos anos e que o fracassado programa Pólis acabaram por destruir .

Maria Herculana
1/7/2013

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