Na sequência da “Celebração da
Água”, do passado dia 25, Paula
Vaz e Edite Reis, respetivamente
da ARH e do Grupo Género e Água, apresentaram, no dia 1 de fev, na Casa
do Professor, o filme A Guerra da Água, de Licínio Azevedo, cuja ficha técnica
já tivemos oportunidade de divulgar.
Às vezes é difícil falar de
coisas realmente importantes, de habituados que estamos a dispor delas. Falar
da sua importância resvala facilmente para um conjunto de banalidades.
Talvez por isso, Licínio Azevedo
propôs-se “mostrar”, em vez de falar, da importância da água, fazendo um filme
que acompanha o dia-a-dia de uma comunidade moçambicana e da sua luta pela
sobrevivência, numa terra em que a guerra destruira os raros poços que existiam.
Licínio Azevedo mostra-nos cores
tão violentas como a condição humana naquelas paragens: o ocre e o vermelho da
terra seca, as cores vibrantes dos tecidos, o céu desesperadamente azul. Mas mostra sobretudo as pessoas, em
muitos planos aproximados, porque ali essas pessoas têm rosto, mostram emoções
e interpelam-nos, mesmo sem o saberem; dialogam, falam das suas vidas, revelam realidades mais escondidas.
Ficamos a conhecer sobretudo o imenso sacrifício que,
naquelas paragens, significa ser mulher porque é ela a quem compete andar diariamente quilómetros e
quilómetros para garantir o aprovisionamento do preciosa líquido à família.
Com uma mensagem muito forte,
este filme não é – longe disso – uma série de planos chocantes. A vida palpita
ali, esperançosa, melodiosa até, como a música que se evola num pôr de sol
africano.
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