sábado, 2 de fevereiro de 2013

A Guerra da Água, filme de Licínio Azevedo

Cinema, na Casa do Professor



Na sequência da “Celebração da Água”, do passado dia 25,  Paula Vaz e Edite Reis, respetivamente  da ARH e do Grupo Género e Água, apresentaram, no dia 1 de fev, na Casa do Professor, o filme A Guerra da Água, de Licínio Azevedo, cuja ficha técnica já tivemos oportunidade de divulgar.
Às vezes é difícil falar de coisas realmente importantes, de habituados que estamos a dispor delas. Falar da sua importância resvala facilmente para um conjunto de banalidades.
Talvez por isso, Licínio Azevedo propôs-se “mostrar”, em vez de falar, da importância da água, fazendo um filme que acompanha o dia-a-dia de uma comunidade moçambicana e da sua luta pela sobrevivência, numa terra em que a guerra destruira os raros poços que existiam.
Licínio Azevedo mostra-nos cores tão violentas como a condição humana naquelas paragens: o ocre e o vermelho da terra seca, as cores vibrantes dos tecidos, o céu desesperadamente azul. Mas mostra sobretudo as pessoas, em muitos planos aproximados, porque ali essas pessoas têm rosto, mostram emoções e interpelam-nos, mesmo sem o saberem; dialogam, falam das suas vidas, revelam realidades mais escondidas.
Ficamos a conhecer  sobretudo o imenso sacrifício que, naquelas paragens, significa ser mulher porque é  ela a quem compete andar diariamente quilómetros e quilómetros para garantir o aprovisionamento do preciosa líquido à família.
Com uma mensagem muito forte, este filme não é – longe disso – uma série de planos chocantes. A vida palpita ali, esperançosa, melodiosa até, como a música que se evola num pôr de sol africano.  

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